Soldados da Borracha; Heróis ou Escravos de Guerra?



Os seringueiros da borracha na Amazônia, nos dias atuais, ao contrário do passado recente, quando eram taxados de analfabetos, pessoas rudes, mal vestidas e não serviam mais que um burro de carga, hoje mudou de nome e são tratados como Soldados de Guerra e acima de tudo, viraram sinônimo de pano de bandeira de partido e desculpas de políticos aproveitadores, que “em prol da causa” arregimentam  singelas homenagens aos ex combatentes das selvas pestilentas de Malária, Tifo , Beribéri, Ferida Braba, Lepra entre outras doenças, que muitos acometidos, foram deixados para trás,  enterrados no coração da selva pelos capatazes a mando dos seringalistas como fossem um animal abatido e sem uma linhagem que reclamasse pelo seu corpo.
A pergunta que me vem á mente agora é; algum leitor conhece um seringueiro rico ou  morando em uma bela mansão ou na melhor das hipótese em uma casinha digna, ou dirigindo um carro, mesmo que de um modelo popular? Penso que não.
O que restou da gloriosa batalha desses heróis anônimos do passado e de hoje, enquanto os seringalistas bebiam champagne em taças de cristal e acendiam seus charutos com notas de 100 Réis nas orgias dos cabarés e teatros luxuosos, foi nada senão mãos calejadas pela Cabrita, um rosto que mostra no semblante um olhar apagado pela fumaça dos defumadores, a busca da lembrança de suas histórias perdida no tempo, além de cabelos e barbas brancas e um salário miserável no fim de cada mês, que mal dá para o seu sustento e de seus netos, como mérito pela sua exploração análoga a de um escravo.
No próximo dia 10, o Ginásio do SESI em Rio Branco no Acre ficará pequeno para receber um grande número de pessoas e prestar homenagens a esses  homens e mulheres bravos heróis de guerra. Serão políticos senadores, deputados, doutores, advogados, prefeito e até o governo se farão presentes. O número de homenageados com certeza, será bem menor que o número de quem estará lá na real intenção de se mostrar grato pela bravura dos Soldados da Borracha, que lutaram e deram suas vidas lutando em uma guerra na qual, não faziam a mínima idéia do seu sentido.
Escrito por: Salomão Matos- Da redação do ac360graus

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